segunda-feira, 28 de junho de 2021

Quatro Posições Sobre a Guarda do Sábado




No meio batista vemos quatro posições sobre a observação do IV Mandamento da Lei de Deus.

(1) A Observância de Nenhum dia;

(2) A Observância do Primeiro Dia da semana;

(3) A Observância do Sétimo Dia da semana;

(4) A Observância Dupla (Sábado + Domingo);


A Observância de Nenhum dia. Advogam teólogos e pregadores que não temos mais dever de guardar nenhum dia, pois estamos "debaixo da Graça e não da Lei"; alguns mais inadvertidos dizem que "todos os dias são santos";

Vamos conversar citando confissões das mais importantes denominações batistas. A Confissão de Fé Batista de New Hampshire de 1833 (uma das mais usadas no meio batista) colocou dois Artigos o XII e o XV , o primeiro trata da Harmonia da Lei e do Evangelho e o outro do Sábado Cristão!

            XII Da Harmonia da Lei e do Evangelho

"Cremos que a Lei de Deus é a regra eterna e imutável de seu governo moral62; que ela é santa, justa, e boa63; e que a incapacidade que as Escrituras atribuem aos homens caídos de cumprir seus preceitos provém inteiramente de seu amor ao pecado64; livrá-los disso, e restaurá-los através de um mediador à obediência não fingida à santa Lei, é um grande fim do Evangelho, e dos meios de graça associados com o estabelecimento da Igreja visível65."

            Referências Bíblicas: 

            (62) Rm 3.31, Mt 5.17, Lc 16.17, Rm 3.20, 4.15; 

            (63) Rm 7.12,7,14,22, Gl 3.21, Sl 119; 

            (64) Rm 8.7-8, Js 24.19, Jr 13.23, Jo 6.44, 5.44; 

(65) Rm 8.2,4, 10.4, 1Tm 1.5, Hb 8.10, Jd 20-21, Hb 12.14, Mt 16.17-18; 1ª. Co 12.27-28;

            (...)

            XV - Do Sábado Cristão

 "Cremos que o primeiro dia da semana é o dia do Senhor, ou o sábado cristão 78; e deve ser mantido sagrado para propósitos religiosos 79, pela observância devota de todos os meios de graça, tanto privados 80 quanto públicos 81; e pela preparação para aquele repouso que restará para o povo de Deus.82"

               Referências Bíblicas

                (78) At 20.7, Gn 2.3, Cl 2.16-17, Mc 2.27, Jo 20.19, 1Co 16.1-2; 

                (79) Ex 20.8, Ap 1.10, Sl 118.24; 

                (80) Sl 119.15; 

                (81) Hb 10.24-25, At 11.26, 13.44, Lv 19.30, Lc 4.16, At 17.2-3, Sl 26.8; 87.3; 

                (82) Hb 4.3-11

Através da influência da era puritana e do calvinismo esses batistas viam a vida quotidiana do povo de Deus um ideal familiar, eclesial e nacional. Incluía assim a observância do IV Mandamento como ordenança! A Declaração de fé da CBN, usando a de New Hampshire como padrão incluiu como III Artigo seu posicionamento continuista na Doutrina do Espírito Santo, tornando adiantados os acima referidos em XIII e XVI - (vf - https://ibnbutanta.com.br/declaracao-de-fe);

O item XII da Confissão de NH, esses batistas declaram que "restaurar à obediência não fingida é um grande fim do Evangelho". Podemos ver que oficialmente se declaram Sabatistas Dominicais, isto é, o Descanso no Primeiro Dia ou Dominguistas! Por essas declarações de fé, esses crentes batistas teriam o dever de observar o IV Mandamento guardando o Domingo como dia de Descanso. Já os batistas regulares atualmente não se manifestam sabatistas nem dominguistas, apesar de no passado terem adotado a Declaração de New Hampshire; hoje se preocupam com o pré-milenismo e o separatismo (vf - http://sbrscuritiba.com/declaracao-de-fe/);

Existem argumentos para observância na Declaração de Doutrina da CBB em seu X Artigo declara sobre o Dia do Senhor:

        X - O Dia do Senhor

O domingo, dia do Senhor, é o dia do descanso cristão satisfazendo plenamente a exigência divina e a necessidade humana de um dia em sete para o repouso do corpo e do espírito.1 Com o advento do Cristianismo, o primeiro dia da semana passou a ser o dia do Senhor, em virtude de haver Jesus ressuscitado neste dia. 2 

Deve ser para os cristãos um dia de real repouso em que - pela frequência aos cultos nas igrejas e pelo maior tempo dedicado à oração, à leitura bíblica e outras atividades religiosas - eles estarão se preparando para “aquele descanso que resta para o povo de Deus”. 3

Nesse dia os cristãos devem abster-se de todo trabalho secular, excetuando aquele que seja imprescindível e indispensável à vida da comunidade. Devem também abster-se de recreações que desviem a atenção das atividades espirituais4

        Referências Bíblicas: 

        (1). Gn 2.3; Ex 20.8-11; Is 58.13-14
        (2). Jo 20.1,19,26; At 20.7; Ap 1.10
        (3). Hb 4.9-11; Ap 14.12,13
        (4). Ex 20.8-11; Jr 17.21,22,27; Ez 22.8

A Declaração mais atual da CBB declara que o Domingo é o Dia do Senhor pela razão de "haver Jesus ressuscitado neste dia"; apela para a tradição de uma suposta mudança do sétimo para o primeiro. Claramente diz que com o "advento do Cristianismo" houve essa mudança! Esse advento foi dos dias do ministério de Jesus ou do século IV, aquele cristianismo de Constantino? No entanto se for demonstrado que Cristo não ressuscitou no primeiro dia, tal primeiro dia fica sem relevância! Outra declaração que devemos notar dessas confissões é a relação da NECESSIDADE de observarmos o Descanso no Sétimo Dia com a PREPARAÇÃO para o DESCANSO ETERNO que todos os salvos em Cristo terão! Descansa-se pela fé obediente, e pela mesma fé se aguarda na ESPERANÇA de estarmos para sempre com Nosso Deus! Esse Descanso Memorial e profético dar ao IV Mandamento o caráter ainda mais significante e necessário seu cumprimento na vida devocional de cada crente em Cristo visando a Esperança da nossa salvação!

O relato de João 20.1, diz apenas que o sepulcro na madrugada do primeiro dia o sepulcro já estava vazio; Atos 20.7 - Alega-se, a partir desse versículo, que a igreja cristã primitiva reunia-se no Domingo para estudar a Palavra de Deus e celebrar a Ceia, em substituição ao Sábado do quarto mandamento (Êxodo 20:8-11). Será que o texto realmente afirma isso? 

Horácio B. Hackett, professor de Hebraico e Literatura Clássica no Seminário Teológico de Rochester, diz em seu comentário: 

Os judeus contavam o dia da tarde para a manhã, e sobre esta base a noite do primeiro dia da semana seria nosso sábado à noite. Se Lucas aqui contava assim, como supõem muitos comentaristas, o apóstolo então aguardara o término do sábado judaico, e realizara sua última reunião religiosa com os irmãos em Trôade ... na noite de sábado, e em conseqüência, recomeçara a viagem na manhã de domingo.” (Commentary on Acts, ed. 1662, p. 221 e 222).

Mesmo que por esse verso haja ocorrido o partir do pão nesse dia, é conjectural dizer que houve a mudança do Dia do Senhor para o inicio da semana!

Existe uma discursão entre os Dominicais e os Sabatistas do VII sobre o verdadeiro Dia do Senhor! É sabido que já houve versão de Bíblia que usavam o termo Domingo em Apocalipse 1.10, mas por pressão mercantilista dos sabatistas 7D, declinou o uso do termo nas versões atuais!

Os batistas, por incrível que pareça, são eles os primeiros a guardar o IV Mandamento literalmente no sétimo dia. Os adventista por terem influência deles, receberam desse legado; ambos são continuistas do IV Mandamento VII Dia. A maioria percebe-se, põe a verdade por terra! No entanto, sabe-se que há grandes diferenças entre eles.

A Declaração de fé dos B7D, já assim reza sobre O SABADO SAGRADO:

Cremos que o sétimo dia da semana, Sábado, é um tempo sagrado, um dom de Deus para todas as pessoas, instituído na criação, afirmado nos Dez Mandamentos e reafirmado no ensino e exemplo de Jesus e dos apóstolos. Cremos que o repouso no dia de Sábado é uma experiência da presença eterna de Deus com Seu povo. Cremos que, em obediência a Deus, e em resposta amorosa à Sua graça em Cristo, o Sábado deve ser fielmente observado por todos os santos, como um dia de descanso, adoração e celebração. (Fonte: https://ib7.org/a-igreja/declaracao-de-fe Declaração de Fé - © Igreja Batista do Sétimo Dia Brasileira).

Comparando a Declaração de Fé dos B7D com a de NH, vemos que há uma harmonia na afirmação que obedecer o mandamento da Lei de Deus, especificamente a moral, não a cerimonial, é um sinal de verdadeira restauração e salvação do crente; este a obedecerá carinhosa e amavelmente pelos crentes conquistados por Cristo. A maior parte do nosso povo ignora a diferença entre Lei Moral e Lei Cerimonial, sim esta tornou-se ultrapassada. Porém o Sábado não vem da Lei, mas do Bereshit - o princípio dos séculos; e também, pois, precisamos das placas de Deus no caminho – A Lei nos serve como a Lei do Trânsito que nos sinaliza desvios e proibições! Ela, a Lei Moral, por incrível que nos pareça, é chamada por Tiago de Lei da Liberdade! – vf Tg 1.25.

Analisando os 4 pontos de vistas podemos fazer um comparativo das argumentações. A observância do 7º. Dia apresenta uma clara noção bíblica, bastante embasada, se já desejamos ter na nossa consciência diante de Deus e sua Palavra, sendo ela a verdade e regra de nossa fé, ordem e prática! Declaram que há uma diferença entre a Lei Cerimonial e a Lei Moral, portanto apenas os sábados da primeira é que foram revogados, enquanto o Sábado do 7º. dia do IV Mandamento é que permanece, ainda mais por ser oriundo do Bereshit. São Nomianista Moral, isto é, a Lei Moral permanece vigorando.

Em contrapartida a observância do 1º. Dia os argumentadores, apresentam versos vagos, obscuros no sentido de defender tal observância; apelam para a história bem remota a transferência do II século feita por um “grupo” de cristãos e, por ser já costumaz, Constantino oficializou a mudança. São relativistas liberais. Não temos nas Letras Sagradas ordem alguma de transferir do 7º. Dia para o 1º. Dia.


Os defensores da guarda de nenhum dia, são antinomianos ou antinomistas. Doutrina de que, pela fé e a graça de Deus anunciadas no Evangelho, os cristãos são libertados não só da lei de Moisés, mas de todo o legalismo e padrões morais de qualquer cultura (https://www.dicio.com.br/antinomianismo). Porém Cristo, os apóstolos Paulo, Pedro, Tiago e João combateram o antinomianismo e os acréscimos (vf Mat 5.17; 15.9; 1ª. Tim 1.8, 9; Marcos 7.6-9; Rom 6.1, 2; Tg 1.25; 2.8, 10-12; 4.11; Ap 22.18 e 19)

A argumentação histórica é descabida diante da autoridade das Letras Sagradas que para nós representa! A argumentação histórica vem das bulas romanas, dos concílios, das tradições humanas e não da Autoridade da Palavra de Deus! Quem meche na Lei de Deus comete blasfêmia e se põe no lugar de Deus, coisa que a impostora Igreja papal se coloca. Parece que nos bastidores romanos, os incrédulos que em montão entrou na igreja deles, houve uma preocupação de prostituir com um casamento do culto ao Deus Verdadeiro que se faz através do IV Mandamento, para o culto ao deus pagão romano Baal que era cultuado no primeiro dia da semana! Tal coisa também ocorreu com o Natal e nos símbolos da falsa Pascoa!

 CONCLUSÃO:

Os versos usados por aqueles que defendem a mudança do sétimo para o primeiro dia, são vagos e indutivos pela força da tradição romana. Nosso mundo ocidental grandemente influenciado pela cultura greco-romana antiga tanto na questão do Calendário especificamente na virada do dia, turva muito a compreensão do contexto dos textos bíblicos, infelizmente manchando confissões aparentemente bem fundamentadas, mas que vemos estão embasadas em conjecturas e tradições humanas não na clareza da verdade de Deus!!! Hoje para guardar precisamos como diz Paulo: "seguindo a verdade em amor..."(cf Ef 4.15). Devemos deixar claro que os Mandamentos de Deus são deveres, mas não justificativas! Não somos salvos pelas boas obras, mas somos salvos para amar aquele que nos amou primeiro! Se morrermos para nós mesmos e para o mundo, tal qual é proposta da vocação batista, não deixaremos seus mandamentos desprezados!


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