No
meio batista vemos quatro posições sobre a observação do IV Mandamento da Lei
de Deus.
(1)
A Observância de Nenhum dia;
(2)
A Observância do Primeiro Dia da semana;
(3)
A Observância do Sétimo Dia da semana;
(4)
A Observância Dupla (Sábado + Domingo);
A
Observância de Nenhum dia. Advogam teólogos e pregadores que não temos
mais dever de guardar nenhum dia, pois estamos "debaixo da Graça
e não da Lei"; alguns mais inadvertidos dizem que "todos os dias são
santos";
Vamos
conversar citando confissões das mais importantes denominações batistas. A
Confissão de Fé Batista de New Hampshire de 1833 (uma das mais usadas no meio
batista) colocou dois Artigos o XII e o XV , o primeiro trata da Harmonia da
Lei e do Evangelho e o outro do Sábado Cristão!
XII - Da
Harmonia da Lei e do Evangelho
"Cremos
que a Lei de Deus é a regra eterna e imutável de seu governo moral62;
que ela é santa, justa, e boa63; e que a incapacidade que as Escrituras
atribuem aos homens caídos de cumprir seus preceitos provém inteiramente de seu
amor ao pecado64; livrá-los disso, e restaurá-los através de um mediador
à obediência não fingida à santa Lei, é um grande fim do Evangelho, e dos meios
de graça associados com o estabelecimento da Igreja visível65."
Referências Bíblicas:
(62) Rm 3.31, Mt 5.17, Lc
16.17, Rm 3.20, 4.15;
(63) Rm 7.12,7,14,22, Gl 3.21,
Sl 119;
(64) Rm 8.7-8, Js 24.19, Jr
13.23, Jo 6.44, 5.44;
(65) Rm 8.2,4, 10.4, 1Tm 1.5, Hb 8.10, Jd
20-21, Hb 12.14, Mt 16.17-18; 1ª. Co 12.27-28;
(...)
XV - Do Sábado Cristão
"Cremos que o primeiro dia da
semana é o dia do Senhor, ou o sábado cristão 78; e deve ser
mantido sagrado para propósitos religiosos 79, pela
observância devota de todos os meios de graça, tanto privados 80 quanto públicos 81; e pela preparação para
aquele repouso que restará para o povo de Deus.82"
Referências
Bíblicas:
(78) At 20.7, Gn 2.3, Cl 2.16-17, Mc 2.27,
Jo 20.19, 1Co 16.1-2;
(79) Ex 20.8, Ap 1.10, Sl 118.24;
(80) Sl 119.15;
(81) Hb
10.24-25, At 11.26, 13.44, Lv 19.30, Lc 4.16, At 17.2-3, Sl 26.8; 87.3;
(82) Hb 4.3-11
Através
da influência da era puritana e do calvinismo esses batistas viam a vida
quotidiana do povo de Deus um ideal familiar, eclesial e nacional. Incluía
assim a observância do IV Mandamento como ordenança! A Declaração de fé da CBN,
usando a de New Hampshire como padrão incluiu como III Artigo seu
posicionamento continuista na Doutrina do Espírito Santo,
tornando adiantados os acima referidos em XIII e XVI - (vf - https://ibnbutanta.com.br/declaracao-de-fe);
O
item XII da Confissão de NH, esses batistas declaram que "restaurar à
obediência não fingida é um grande fim do Evangelho". Podemos ver que
oficialmente se declaram Sabatistas Dominicais, isto é, o Descanso no
Primeiro Dia ou Dominguistas! Por
essas declarações de fé, esses crentes batistas teriam o dever de observar o IV
Mandamento guardando o Domingo como dia de Descanso. Já os batistas regulares
atualmente não se manifestam sabatistas nem dominguistas, apesar de no passado
terem adotado a Declaração de New Hampshire; hoje se preocupam com o
pré-milenismo e o separatismo (vf - http://sbrscuritiba.com/declaracao-de-fe/);
Existem
argumentos para observância na Declaração de Doutrina da CBB em seu X
Artigo declara sobre o Dia do Senhor:
X - O Dia do Senhor
O
domingo, dia do Senhor, é o dia do descanso cristão satisfazendo plenamente a
exigência divina e a necessidade humana de um dia em sete para o repouso
do corpo e do espírito.1 Com o advento do
Cristianismo, o primeiro dia da semana passou a ser o dia do Senhor, em virtude
de haver Jesus ressuscitado neste dia. 2
Deve
ser para os cristãos um dia de real repouso em que - pela frequência aos
cultos nas igrejas e pelo maior tempo dedicado à oração, à leitura bíblica e
outras atividades religiosas - eles estarão se preparando para
“aquele descanso que resta para o povo de Deus”. 3
Nesse
dia os cristãos devem abster-se de todo trabalho secular, excetuando
aquele que seja imprescindível e indispensável à vida da comunidade. Devem
também abster-se de recreações que desviem a atenção das atividades
espirituais4.
Referências
Bíblicas:
(2). Jo 20.1,19,26; At 20.7; Ap 1.10
(3). Hb 4.9-11; Ap 14.12,13
(4). Ex 20.8-11; Jr 17.21,22,27; Ez 22.8
A
Declaração mais atual da CBB declara que o Domingo é o Dia do Senhor pela razão
de "haver Jesus ressuscitado neste dia"; apela para
a tradição de uma suposta mudança do sétimo para o
primeiro. Claramente diz que com o "advento do Cristianismo" houve
essa mudança! Esse advento foi dos dias do ministério de Jesus ou do século IV,
aquele cristianismo de Constantino? No entanto se for demonstrado que Cristo
não ressuscitou no primeiro dia, tal primeiro dia fica sem relevância! Outra
declaração que devemos notar dessas confissões é a relação da NECESSIDADE de
observarmos o Descanso no Sétimo Dia com a PREPARAÇÃO para o DESCANSO ETERNO
que todos os salvos em Cristo terão! Descansa-se pela fé obediente, e pela
mesma fé se aguarda na ESPERANÇA de estarmos para sempre com Nosso Deus! Esse
Descanso Memorial e profético dar ao IV Mandamento o caráter ainda mais
significante e necessário seu cumprimento na vida devocional de cada crente em
Cristo visando a Esperança da nossa salvação!
O
relato de João 20.1, diz apenas que o sepulcro na madrugada do primeiro dia o
sepulcro já estava vazio; Atos 20.7 - Alega-se,
a partir desse versículo, que a igreja cristã primitiva reunia-se no Domingo
para estudar a Palavra de Deus e celebrar a Ceia, em substituição ao Sábado do
quarto mandamento (Êxodo 20:8-11). Será que o texto realmente afirma
isso?
Horácio B. Hackett, professor de Hebraico e Literatura
Clássica no Seminário Teológico de Rochester, diz em seu comentário:
Os judeus contavam o dia da
tarde para a manhã, e sobre esta base a noite do primeiro dia da semana seria
nosso sábado à noite. Se Lucas aqui contava assim, como supõem muitos
comentaristas, o apóstolo então aguardara o término do sábado judaico, e
realizara sua última reunião religiosa com os irmãos em Trôade ... na noite de
sábado, e em conseqüência, recomeçara a viagem na manhã de
domingo.” (Commentary on Acts, ed. 1662, p. 221 e 222).
Mesmo
que por esse verso haja ocorrido o partir do pão nesse dia, é conjectural dizer
que houve a mudança do Dia do Senhor para o inicio da semana!
Existe
uma discursão entre os Dominicais e os Sabatistas do
VII sobre o verdadeiro Dia do Senhor! É sabido que já houve versão de Bíblia
que usavam o termo Domingo em Apocalipse 1.10, mas por pressão mercantilista
dos sabatistas 7D, declinou o uso do termo nas versões atuais!
Os
batistas, por incrível que pareça, são eles os primeiros a guardar o IV
Mandamento literalmente no sétimo dia. Os adventista por terem influência
deles, receberam desse legado; ambos são continuistas do IV Mandamento VII Dia.
A maioria percebe-se, põe a verdade por terra! No entanto, sabe-se que há
grandes diferenças entre eles.
A
Declaração de fé dos B7D, já assim reza sobre O SABADO SAGRADO:
Cremos que o sétimo dia da semana, Sábado, é um tempo
sagrado, um dom de Deus para todas as pessoas, instituído na criação, afirmado
nos Dez Mandamentos e reafirmado no ensino e exemplo de Jesus e dos apóstolos.
Cremos que o repouso no dia de Sábado é uma experiência da presença eterna de
Deus com Seu povo. Cremos que, em obediência a Deus, e em resposta amorosa à
Sua graça em Cristo, o Sábado deve ser fielmente observado por todos os santos,
como um dia de descanso, adoração e celebração. (Fonte: https://ib7.org/a-igreja/declaracao-de-fe Declaração de Fé - © Igreja Batista do Sétimo Dia Brasileira).
Comparando a Declaração de Fé dos B7D com a de NH, vemos que
há uma harmonia na afirmação que obedecer o mandamento da Lei de Deus,
especificamente a moral, não a cerimonial, é um sinal de verdadeira restauração
e salvação do crente; este a obedecerá carinhosa e amavelmente pelos crentes
conquistados por Cristo. A maior parte do nosso povo ignora a diferença entre
Lei Moral e Lei Cerimonial, sim esta tornou-se ultrapassada. Porém o Sábado não
vem da Lei, mas do Bereshit - o princípio dos séculos; e
também, pois, precisamos das placas de Deus no caminho – A Lei nos serve como a
Lei do Trânsito que nos sinaliza desvios e proibições! Ela, a Lei Moral, por incrível que
nos pareça, é chamada por Tiago de Lei da Liberdade! – vf Tg 1.25.
Analisando os 4 pontos de vistas podemos fazer um
comparativo das argumentações. A observância do 7º. Dia apresenta uma clara
noção bíblica, bastante embasada, se já desejamos ter na nossa consciência
diante de Deus e sua Palavra, sendo ela a verdade e regra de nossa fé, ordem e
prática! Declaram que há uma diferença entre a Lei Cerimonial e a Lei Moral,
portanto apenas os sábados da primeira é que foram revogados, enquanto o Sábado
do 7º. dia do IV Mandamento é que permanece, ainda mais por ser oriundo do Bereshit. São Nomianista Moral, isto é,
a Lei Moral permanece vigorando.
Em contrapartida a
observância do 1º. Dia os argumentadores, apresentam versos vagos, obscuros no
sentido de defender tal observância; apelam para a história bem remota a
transferência do II século feita por um “grupo” de cristãos e, por ser já
costumaz, Constantino oficializou a mudança. São relativistas liberais. Não
temos nas Letras Sagradas ordem alguma de transferir do 7º. Dia para o 1º. Dia.
Os defensores da
guarda de nenhum dia, são antinomianos ou antinomistas. Doutrina de que, pela fé e a graça de Deus
anunciadas no Evangelho, os cristãos são libertados não só da lei de Moisés,
mas de todo o legalismo e padrões morais de qualquer cultura (https://www.dicio.com.br/antinomianismo).
Porém Cristo, os apóstolos Paulo, Pedro, Tiago e João combateram o
antinomianismo e os acréscimos (vf Mat 5.17; 15.9; 1ª. Tim 1.8, 9; Marcos
7.6-9; Rom 6.1, 2; Tg 1.25; 2.8, 10-12; 4.11; Ap 22.18 e 19)
A argumentação histórica é descabida diante da
autoridade das Letras Sagradas que para nós representa! A argumentação
histórica vem das bulas romanas, dos concílios, das tradições humanas e não da
Autoridade da Palavra de Deus! Quem meche na Lei de Deus comete blasfêmia e se
põe no lugar de Deus, coisa que a impostora Igreja papal se coloca. Parece que
nos bastidores romanos, os incrédulos que em montão entrou na igreja deles,
houve uma preocupação de prostituir com um casamento do culto ao Deus
Verdadeiro que se faz através do IV Mandamento, para o culto ao deus pagão romano
Baal que era cultuado no primeiro dia da semana! Tal coisa também ocorreu com o
Natal e nos símbolos da falsa Pascoa!
Os
versos usados por aqueles que defendem a mudança do sétimo para o primeiro
dia, são vagos e indutivos pela força da tradição romana. Nosso mundo ocidental
grandemente influenciado pela cultura greco-romana antiga tanto na questão do
Calendário especificamente na virada do dia, turva muito a compreensão do
contexto dos textos bíblicos, infelizmente manchando confissões aparentemente
bem fundamentadas, mas que vemos estão embasadas em conjecturas e tradições
humanas não na clareza da verdade de Deus!!! Hoje para guardar precisamos como
diz Paulo: "seguindo a verdade em amor..."(cf Ef 4.15). Devemos
deixar claro que os Mandamentos de Deus são deveres, mas não justificativas!
Não somos salvos pelas boas obras, mas somos salvos para amar aquele que nos
amou primeiro! Se morrermos para nós mesmos e para o mundo, tal qual é proposta
da vocação batista, não deixaremos seus mandamentos desprezados!
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