TEMA DA LIÇÃO:
1 - O Cristão crer no Que não pode Ver
Leituras:
I Pedro 1.8; Heb 11:27
Em I Pedro 1.8, o Ap Pedro começa sua
descrição de um Cristianismo surpreendente, usando duas expressões muito
parecidas “a quem não havendo visto” e “não vendo agora”; a primeira no passado
e a ultima no presente, ambas dando a entender que não está havendo nenhuma possibilidade
de ver em seus respectivos momentos de tempo.
Cristãos que são de Deus pela santificação
do Espírito e foram aspergidos com o sangue de Cristo Jesus são crentes que não
podem ver e que não viram. Naturalmente o ditado popular “ver para crer” seria
bem mais prático para o nosso tempo, mas o cristão do Novo Testamento (NT)
apresenta um tipo diferente de crença do natural deste mundo aqui.
O crer do NT crer num relatório de coisas
não vistas que é diferente de todos os tipos de outros chamados crentes e
formas de crenças. Vede meus amados irmãos, o Ap Paulo transcorrendo também
sobre isso declarou que nós crentes do Caminho, isto é, do NT, não andamos por
vista, mas por fé(cf II Cor 4.13). O crente do NT não pode ver, mas pode crer.
Graças a Deus!!!
Estes cristãos que o Ap Pedro se dirigia,
acreditavam no invisível, e essa é outra forma de definir isso e aproxima os do
crente Abraão como referido em Heb 11.27 (lede). O crente Abraão era capaz de
resistir porque estava olhando para as coisas invisíveis; não temia e resistia;
sabia em quem estava crendo (vf as
palavras de Paulo). As coisas eternas e invisíveis são tão verdadeiras ou até
mais do que as que se veem e são eternas enquanto as visíveis são transitórias,
isto é, passageiras.
As coisas invisíveis existem, mas elas não
são vistas sem fé. Abraão teve fé e foi capaz de prosseguir por isso; porque
podia ver o que não era visto. E ao fazer também isso, esses cristãos
mencionados por Pedro experimentaram o invisível tão vividamente e tão
satisfatoriamente que foram capazes de exultar com “alegria indizível e cheia
de glória”.
Hoje cantamos muitos hinos tremendos e
muitos maravilhosos, mas que não deveríamos cantar porque não condiz com o que
vivemos. Estamos muitos ligados ao visível e ao que sentimos com as coisas aqui
de baixo nesse mundo, que não experimentamos as mesmas coisas que os
compositores crentes viveram ao compor seus maravilhosos hinos. Há uma imensa
incompatibilidade e um grande jugo desigual entre os hinos feitos por crentes
do NT, mas cantados por crentes que estão alienados das coisas do Espírito. Bem
provável que os crentes de hoje não sigam o invisível, mas só seus pensamentos,
seus sentidos e cobiças dos olhos.
Os cristãos sobre os quais Pedro escreve
viram o invisível, creram nele e rejubilaram “com alegria indizível e cheia de
glória”. Não sei dizer-vos como fazê-lo; somente sei como eles o
fizeram. Eles o obtiveram somente acreditando no que não podiam ver, e é o
único jeito pelo qual vós e eu teremos alegria indizível e um brado que não
podemos controlar.
A COEXISTÊNCIA DOS DOIS MUNDOS
O cristão crê no invisível. Crê que o
mundo real coexiste com o mundo físico. Nunca há qualquer contradição entre o
espírito e a realidade; há sim entre o espírito e a matéria, mas não entre o
espírito e o real. O crente aceita e crê num mundo real em que Deus é Rei, um
reino eterno, um mundo eterno, um mundo espiritual e invisível coexistindo,
tocando e acessível a este mundo. O Céu não está tão longe que devamos tomar um
avião e seguir por anos-luz numa viagem para chegar lá.
O mundo eterno, do qual Deus é o Rei, é
habitado por espíritos imortais e nele estão nossos amados cristãos por um
curto período fora das nossas vistas. Esse mundo é tão real, mais real de fato,
que o mundo físico com o qual estamos tão acostumados. Há uma sensação
maravilhosa de coexistência em nosso mundo. O mundo visível que está ao nosso
redor não está separado das coisas invisíveis. Podemos enviar nossas orações
para cima e as respostas podem descer.
DISTINGÜINDO O MATERIALISMO
O cristão distingue claramente todo tipo
de materialismo; não dá um enorme valor
naquilo que ver; não limita sua crença apenas naquilo que pode tocar com as
mãos – como o Senhor Jesus repreendeu a Tomé, para que ele fosse crente e não
um incrédulo.
Ele resiste por que ver o invisível; por
isso que o crente vence o mundo, por causa de sua fé (vf Heb 11ss; I Jo ss).
O que é espiritual tem real existência,
mas é espírito em vez de matéria. O cristão vive e crê à luz dele, o qual o
diferencia e separa de todas as marcas do materialismo.
O cristão também distingue de toda
superstição e idolatria. O pagão idólatra também crê no invisível, mas a
diferença é que o cristão tem a fé corrigida, castigada e purificada pela
revelação divina (cf Mat 16.16).
Quando Nosso Senhor Jesus Cristo veio e
trouxe a vida e a imortalidade à luz através dos Evangelhos, Ele se levantou e
abriu sua boca e falou a nós, corrigindo aquela crença falsa e pecadora em
coisas supersticiosas ao nos contar do céu, pois de lá Ele veio. Ele foi o
único que esteve lá para voltar e nos contar. Abraão morreu, e seu corpo dorme
num tumba nos campos em Maqpela, enquanto seu espírito está com Deus, mas
jamais retornou para nos contar como é o lugar onde está. Jesus, no entanto,
esteve lá por toda eternidade, e quando Ele veio à Terra, nos contou sobre as
coisas do céu.
Então o cristão não é um materialista que
somente crê na validade de todas as coisas materiais. Ele não é um pagão
idólatra, crendo vagamente na existência de um outro mundo. Ele crê no que lhe
foi ensinado pelo Único que esteve lá e cruzou o limiar, e entrou no nosso
mundo, cheirando a mirra e a aloé, fora dos palácios de marfim (vf Salmo 45:8),
perfumado pelo Rei Eterno.
A VERDADE DO CRISTÃO NO INVISÍVEL
O cristão não somente crê no invisível
como também conta com ele. Ele age, planeja e vive como alguém que conta com a
realidade do invisível. Ao contrário do homem terráqueo que não o permite mudar
qualquer de seus planos; age como se não houvesse outro mundo. O descrente age
e vive como que o céu fosse um mito e não existisse.
O cristão já é em sua vida influenciado
pela presença invisível, mas real de Deus em seu eterno reino, os espíritos
aperfeiçoados na santa assembleia do Primogênito, o Santo Espírito.
AS ORDENANÇAS E O INVISÍVEL
É característico o cristão está preocupado
com o invisível. Permissão para usar o exemplo das ordenanças proféticas e
simbólicas do Senhor.
A Ceia do Senhor é um memorial para nós,
cujos elementos representam o corpo imolado de Cristo por nós e o sangue puro
derramado também. Vemos em muitas igrejas longe do culto cristão original
primitivo onde semanalmente esse ato profético anamnésico. Devemos tal respeito
à Mesa do Senhor que saiu de cena no culto modernista que pouco tem de cristão.
Onde está a Mesa do Senhor? Que representa o local onde Ele o Senhor invisível,
mas real a participar seus aliançados crentes eleitos. Nada de mágico, simples,
mas maravilhosa honra, respeito, obediência. O pão e o vinho, coisas que
compramos – nada de mágico neles – mas quando são colocados para celebrar o
memorial do Mestre, tocamos o invisível, instrumentamos para vivermos o eterno.
Os irmãos de coríntios não discerniam o corpo do Senhor, desrespeitavam a Mesa
do Senhor; não se preocupavam com o Sagrado (cf I Cor 11.29, 30); leviandade
segue-se à profanação do sacro; irreverência não combina com a presença de
Deus. Mas o cristão se preocupa no tocante ao respeito que deve ao invisível.
==================================
Autor:
A.W.Tozer
Revisão:
C.D.F.Lins - Fonte Boa-AM.
©2014 - Missão
Batista do Caminho no Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário